Foi solto após audiência de custódia,
realizada no domingo (16/03), o suspeito que mantinha a esposa em cárcere
privado há pelo menos cinco anos em Itaperuçu, no Paraná.
Ele tem 23 anos de idade.
A informação foi confirmada pela Polícia
Civil nesta segunda (17).
A vítima, também de 23, sofria agressões físicas e era
vigiada pelo marido 24 horas.
A Polícia Militar fez o resgate dela e do
filho do casal, de 4 anos, após ela enviar um e-mail denunciando a situação.
Além disso, a jovem já havia deixado um
bilhete em um posto de gasolina pedindo ajuda.
O suspeito ficou pouco mais de 24 horas na
cadeia, já que foi preso na última sexta-feira, 14.
“Apesar da gravidade concreta ali da
conduta deste indivíduo, ele foi colocado em liberdade pelo Poder Judiciário na
audiência de custódia e responderá em liberdade pelos crimes praticados”,
afirmou o delegado Gabriel Fontana.
Imagens gravadas pela câmera de segurança
da residência do casal foram apreendidas e passarão por análise.
A vítima e o filho foram encaminhados para
um endereço de acolhimento.
Ele responde pelos crimes de sequestro e
cárcere privado, causar dano emocional à mulher, e pelo crime de ameaça, todos
em contexto de violência doméstica.
PEDIDO DE AJUDA
A PM foi acionada pela Casa da Mulher
Brasileira, que informou o recebimento de um e-mail de uma mulher pedindo
socorro, pois vivia diversos abusos por parte de seu companheiro e era proibida
de manter contato externo com outras pessoas e familiares sem o aval do
suspeito.
“Foi levantado o máximo de
informações possíveis, por se tratar de uma área rural, de difícil acesso,
inclusive sendo levantado que em data anterior, essa mesma vítima deixou um
bilhete no posto de gasolina pedindo ajuda. Naquela ocasião, a PM foi até o local,
mas como eles não tinham mais informações sobre a residência da vítima, não
conseguiram localizá-la”, afirmou em um vídeo o aspirante a oficial da
PM Elielton Alexandretti.
O bilhete em questão dizia: “Me
ajude, moro no Taquaral, em Itaperuçu. Sofro muita violência em casa.”
Após conseguir localizar o endereço, os
policiais seguiram para a Rua Principal do Canelão, no Taquaral, onde
realizaram a abordagem do suspeito.
Em uma primeira conversa, a vítima negou
para os agentes que estava sob cárcere.
Nesse momento, a equipe policial pediu
para que ela escrevesse em um papel para verificar se sua letra era parecida
com a do bilhete deixado no posto, e foi constatada a similaridade.
Ela também foi questionada se tinha
celular, mas ela negou e disse que usava um aparelho em conjunto com o marido.
No entanto, a PM encontrou outro aparelho
na residência, que ela relatou ser usado por seu filho, mas não tinha lista de
contatos, WhatsApp e nem chip.
Os policiais questionaram qual era o
e-mail da conta do aparelho, e quando ela disse, batia com o do endereço que
enviou o pedido de socorro à Casa da Mulher.
“A vítima começou a chorar e relatou
que foi ela que havia feito a denúncia, pois sofre esses constantes abusos, e o
marido a priva do contato com pessoas, contato externo, não deixa ela ter
acesso ao celular, contatar familiares sem o seu aval. Por vezes ela foi
amarrada, asfixiada, entre outras agressões”, explicou o
aspirante.
No imóvel, as autoridades também
constataram que havia uma câmera na entrada, que era voltada para a porta da
residência.
O equipamento era usado para monitorar a
mulher enquanto o marido estava fora de casa.
A vítima também disse que tinha medo de
represálias posteriores por parte do autor.
(www.terra.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.