O Ministério de Minas e Energia quer
aumentar o número de beneficiários da tarifa social de energia elétrica – que
concede isenção ou descontos na conta de luz.
A ideia é que a medida alcance 60 milhões
de brasileiros.
A proposta de projeto de lei foi enviada à
Casa Civil na quarta-feira (16/04) e pode sofrer alterações até ser encaminhada
ao Congresso Nacional.
O ministério propõe isentar os
consumidores inscritos no CadÚnico e com consumo até 80 quilowatts-hora (kWh)
por mês.
COMO VAI FUNCIONAR A NOVA TARIFA
SOCIAL?
A medida vai dar desconto integral na
conta de luz para os seguintes consumidores que tenham consumo de até 80 kWh
por mês:
*famílias inscritas no CadÚnico com renda
mensal de até meio salário mínimo per capita;
*pessoas com deficiência ou idosos
inscritos no Benefício de Prestação Continuada (BPC);
*famílias indígenas ou quilombolas do
CadÚnico;
*famílias do CadÚnico atendidas em
sistemas isolados -- que não têm conexão com o sistema interligado nacional.
Se o consumo for maior que 80 kWh, o
consumidor só vai pagar o que ultrapassar o limite estabelecido.
Ou seja: se uma família que esteja dentro
das condições da tarifa social consuma 86 kWh em um determinado mês, só pagará
a tarifa para os 6 kWh que ultrapassa o limite de 80 kWh.
COMO VAI FUNCIONAR O DESCONTO
SOCIAL?
O governo também pretende criar um
desconto social para famílias com renda entre meio salário mínimo e um salário
mínimo por pessoa e consumo de até 120 kWh por mês.
Esse grupo terá isenção do pagamento da
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que custeia os subsídios do setor
elétrico.
A CDE representa cerca de 12% da conta de
luz.
Ou seja, o desconto para as famílias
beneficiárias será nessa proporção.
Ar-condicionado pode custar quase 7 vezes
mais que ventilador na conta de luz
COMO FUNCIONA A TARIFA SOCIAL HOJE?
Atualmente, a tarifa social abate até 65%
da conta de luz das famílias de baixa renda ou até 100% das famílias
quilombolas ou indígenas.
O benefício é destinado às famílias
inscritas no CadÚnico com consumo de até 220 quilowatts-hora, sendo que o maior
desconto (65%) é dado na faixa de consumo de 0 a 30 kWh.
No caso de indígenas ou quilombolas, há
isenção na faixa de consumo de até 50 kWh.
QUE RESULTADOS O GOVERNO PRETENDE
ALCANÇAR?
Na quarta-feira (16), ao apresentar a
medida a jornalistas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chamou
a iniciativa de "justiça tarifária".
O governo incluiu a iniciativa na chamada
"reestruturação do setor elétrico", que prevê também:
*a abertura do mercado para que todos os
consumidores escolham os seus fornecedores de energia;
*o rateio de custos entre consumidores
livres e regulados (que compram energia das distribuidoras locais).
Para a nova tarifa social, a pasta estima
um total de 60 milhões de beneficiários – dos quais 16 milhões terão a tarifa
de energia zerada.
O Ministério de Minas e Energia também
cita benefícios como redução do furto de energia, os chamados
"gatos", e dos custos operacionais por inadimplência.
Já o desconto social deve beneficiar cerca
de 21 milhões de famílias, com a redução de 12% nas contas de luz.
O governo calcula que, desse total, 8,5
milhões de famílias já estejam no CadÚnico.
QUANTO O PROJETO VAI CUSTAR?
A proposta deve custar R$ 4,45 bilhões aos
demais consumidores, com impacto imediato de 1,4% na conta de energia elétrica.
A pasta, contudo, pretende compensar a
medida com a limitação dos descontos às fontes de energia incentivada — como
eólica e solar.
A solução iria retirar da conta de luz
cerca de R$ 10 bilhões em subsídios no longo prazo, com o vencimento dos
contratos de aquisição de energia dessas fontes incentivadas.
Ou seja, se aprovada, a medida pode
representar um aumento imediato de R$ 4,45 bilhões na conta de luz a partir dos
reajustes anuais nas tarifas de energia aprovadas pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel).
Já a compensação seria gradual.
A pasta ainda não tem previsão de quando
começaria ou se encerraria esse faseamento da compensação.
(Do g1)
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