O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, anunciou nesta quinta-feira (24/04) que o governo vai suspender todos os descontos mensais feitos por associações e sindicatos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Na mesma entrevista, a diretora de
Orçamentos e Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano, afirmou que o
instituto vai elaborar um plano para devolver os valores cobrados de forma
indevida, mas o formato da devolução dependerá ainda de descobrir o tamanho da
fraude.
"Nós traremos oportunamente um
plano onde serão abordadas, tratadas todas as informações, para, em seguida, em
uma força-tarefa conjunta, promovermos o integral ressarcimento dos valores
irregularmente descontados dos nossos segurados", disse Débora.
Segundo CGU e INSS, os descontos serão
interrompidos já nos contracheques de maio.
Por isso, os aposentados e pensionistas
não precisam correr às agências para evitar novo prejuízo.
Eventuais parcelas que já tenham sido
lançadas não serão enviadas às entidades, e sim, ressarcidas no mês seguinte.
Segundo o governo federal, o plano de
ressarcimento deve incluir os valores que foram bloqueados na operação desta
semana – até agora, cerca de R$ 2 bilhões.
De acordo com as investigações até o
momento, o valor descontado dos aposentados desde 2019 pode chegar a R$ 6,3
bilhões.
Não se sabe, ainda, quanto disso foi
descontado ilegalmente, e quanto seguiu as regras.
"Nós estamos tratando de uma
oportunidade de reorganizar esse sistema como um todo. Mas para reorganizar
esse sistema, torná-lo seguro e íntegro [...] é necessário agora que se faça a
suspensão de todos esses acordos de cooperação técnica. Todos, de todas as
entidades", disse o chefe da CGU.
Segundo o relatório da apuração da CGU,
houve um aumento dos descontos em 2019, no primeiro ano do governo de Jair
Bolsonaro.
O maior salto nos valores totais
descontados pelas entidades foi em 2023, já no governo Lula.
Veja os números:
2016: descontos de R$ 413,2 milhões
2019: descontos de R$ 604,6 milhões
2022: descontos de R$ 706,2 milhões
2023: descontos de R$ 1,3 bilhão
(Do g1)
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